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Especulações sobre o Espaço-Tempo
O retângulo ou o quadrado são suportes abstratos, só existindo em função da necessidade do homem ter que expressar uma linguagem plástica. Desta maneira há uma mudança no conceito de como enquadrar uma composição dentro de uma superfície e, a atual, de como expressar um espaço em si mesmo. No desenho preliminar, a realização muda completamente de características, pois jamais se poderia fixar um esquema dentro de um espaço materializado que se tornará um plano. Se o plano é abstrato, ele passará a existir somente depois de concebidas as linhas, que servirão de “vetores”, para o espectador que vai participar do desenrolar de uma variação deste espaço verticalidade.
Em arte, a idéia é o espaço e a realização é o tempo deste espaço sendo feito. O resultado é portanto o espaço-tempo. A superfície é tida como bidimensional, mas isto é uma convenção. Neste caso, a superfície serve como um campo espacial preconcebido, não existindo na realidade é um campo morto. Na tela de formas seriadas, o tempo, que é puramente mecânico, passa a ser mais importante que o espaço. Na fase de linhas externas, a linha-luz é um segmento de espaço (fatia de espaço) e o espaço é orgânico e vivo. A superfície é bidimensional quando existe a priori. A fundação do pensamento moderno é a idéia do tempo-espaço. Em outras épocas o artista usava a superfície como espaço representativo, não importando o que colocasse dentro do espaço. Na realidade, o que ele procurava, era ele mesmo se situar dentro do espaço do mundo. O que me propus, foi expressar uma superfície como um espaço vivo. A superfície deixa de existir em si mesma e vira um suporte abstrato.