1959 – Vazio-Pleno.
A percepção do “vazio da forma” no ballet neo-concreto no instante em que houve o deslocamento da unidade quadrada se fazendo nítida e iluminada, vazio nela propria recortada no espaço.
Ao abrir um cesto senti que a forma externa só existe em relação absoluta a esse vazio – “vazio pleno” abrangendo o sentido existencial me deu no sentido imediato a consciência da minha feminilidade, sentir o vazio vaginal como expressivo, interno em contraposição a sua forma externa- o avesso do penis que a mulher traz crava do dentro de si.
Me pergunto pela primeira vez se o problema arte e vida não seria um só.
Por ser um homem um vertical ele uza o espaço horizontal no sentido pratico, deitado ele vivencia a verticalidade desse espaço. Na morte ele se integra horizontalmente na terra. Tudo que é vivo sai verticalmente dela e volta para ela no fim do seu tempo.
Não vejo um plano na vida. É construção do homem.
Plataforma que sustenta como realidade imediata.