O III Salão Nacional de Arte Moderna foi marcado pelo protesto de um grupo artistas na reivindicação de materiais de qualidade para a produção de seus trabalhos. Também conhecido como Salão Preto e Branco, a mostra realizada no Rio de Janeiro, em 1954, contou com a participação de 323 artistas que produziram obras utilizando apenas o preto e o branco.
O quadro-objeto de Lygia Clark, composto por duas molduras sobrepostas, foi exposto. Djanira, em entrevista, responde à pergunta: “Existem duas molduras sem tela exibidas no Salão. Por que foram aceitas estas molduras?” (DJANIRA, 1954, p. 22).
O Salão Nacional de Arte Moderna é uma mostra de artistas de vanguarda, onde tem lugar a exposição de resultados de pesquisas plásticas as mais variadas. As peças que o júri, na sua soberania, julgue bem-sucedidas, são aceitas e exibidas. Tal sucedeu com as molduras expostas. De minha parte, sou pintora figurativa. Entretanto, não mantenho nenhum preconceito contra nenhuma nova manifestação estética. Dei minha aprovação a que fossem mostradas as molduras, intituladas pela autora Quadro-objeto. Como protesto contra a falta de telas, considero um trabalho original. E como pesquisa, manifesto meus respeitos (DJANIRA, 1954, p. 23)